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Tucunaré
ESPÉCIES: Até o momento, os biólogos descobriram cerca de 15 espécies no Brasil, sendo que somente 5 estão descritas biologicamente: Cichla temensis, Cichla ocellaris, Cichla orinoscenses, Cichla intermedia, Cichla monoculus. Segundo alguns biólogos, chamar este numero de "espécies" é ainda um pouco cedo, preferindo eles chamarem de formas e não espécies. Parte dos biólogos prefere dizer que por enquanto há efetivamente 5 espécies, pois já estão nominadas e sistematizadas: Cichla temensis: açu e paca. Embora para nós, pescadores, achemos que se tratam de peixes diferentes, para os biólogos, até o momento nada indica que sejam duas. Para eles e segundo estudos, tudo indica ser uma só. Há questões ainda a serem respondidas, mas esta é a situação até o momento. Como cor não é padrão relevante de definição de espécie, a marca que define esta espécie é um conjunto de manchas, escuras ou claras, que saem por detrás dos olhos, lembrando lágrimas escorrendo dos olhos. Cichla monoculus: famoso amarelinho, pitanga, pinina, tinga, popóca, etc. É encontrado em praticamente todas as bacias e é a espécie que mais tem se adaptado em áreas onde não é natural. Padrão de cor e manchas dos mais variados, sendo que possui uma característica marcante em todos os exemplares: uma mancha no sentido horizontal que sai por detrás das nadadeiras peitorais.Cichla orinocenses: borboleta é seu nome popular e sua característica marcante são 3 manchas ocelares nas duas laterais de seu corpo, semelhantes a mancha ocelar que possui na nadadeira caudal.Cichla ocellaris: até pouco tempo atrás, era uma espécie somente encontrada nas Guianas, mas atualmente já foi coletada no alto Rio Branco e tributários e no ano passado houve notícia de ter sido vista no Rio Negro próximo a foz do Rio Branco. Não tem nome popular conhecido por mim e lembra muito ao amarelinho (monoculus), mas tem uma mancha característica, lembrando a uma mancha ocelar embaixo da nadadeira dorsal posterior. É uma mancha mais disforme que a da caudal Cichla intermedia: somente é encontrado na bacia do Rio Orinoco e é conhecido internacionalmente como azul ou Royal Pavon. Seu padrão de cor vai para o esverdeado-azulado, gosta de águas mais movimentadas e é o único dentre as espécies que se percebeu ter em sua cadeia alimentar diversos artrópodes (araquinideos, insetos, etc). Importante: não devemos confundir esta espécie com o nosso azul, encontrado na Bacia do Araguaia, que ainda não foi sistematizado e com certeza não estamos falando do mesmo peixe. Esta, do Araguaia, é que foi introduzida nas represas do centro oeste e sudeste brasileiro. Ainda que existam várias espécies de tucunaré, a marca registrada (ou distintiva) de todos eles é o OCELO (mancha redonda) na nadadeira caudal. DESOVA E CRESCIMENTO Deposita 3000 a 4500 óvulos por desova, dependendo do tamanho da fêmea. A larva alimenta-se de plâncton e o alevino de insetos e vermes e, mais tarde, de guarus. No nordeste brasileiro atinge a maturidade sexual com 1 ano de idade, atingindo 60 cm de cumprimento total e 3 a 4 quilos de peso num período de 5 a 6 anos. Eis a idade do tucunaré pinima ou açu (cichla temensis): em 5-6 anos atinge 60 a 70 cm de comprimento total, num ano chega a 34 cm. Mais especificamente, cresce em media 0,5 -0,8 kg/ano sendo que a temperatura influencia muito o crescimento; assim sendo, os tucunarés das represas do sudeste tendem a crescer mais devagar dos que os do norte, selvagens e vivendo em altas temperaturas. A temperatura que o tucunaré tolera fica entre 16 a 18º. Abaixo disso, o peixe muito provavelmente morrerá!A presença do ocelo responde à comunicação entre os peixes da mesma espécie e, ao mesmo tempo, não deixar-se capturar por outros predadores. Nunca é demais lembrar que o fator "cor" e "coloração" ou "estampa" dos peixes pode mudar em caso de perigo, migração, reprodução, desova, estações do ano e crescimento. Atenção a três fenômenos biológicos, a saber: Mimetismo - é uma forma de adaptação revelada por muitas espécies que se assemelham bastante a outras, disso obtendo algumas vantagens. A cobra falsa-coral é confundida com a coral-verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é importunada pela maioria das outras espécies. Há mariposas que se assemelham a vespas, e mariposas cujo colorido lembra a feição de uma coruja com olhos grandes e brilhantes. Camuflagem - é uma forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir suas vítimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do ambiente. O padrão de cor dos gatos silvestres, como o gato maracajá e a onça, é harmônico com seu ambiente, com manchas camuflando o sombreado do fundo da floresta. Aposematismo - é o mesmo que coloração de advertência. Trata-se de uma forma de adaptação pela qual uma espécie revela cores vivas e marcantes para advertir seus possíveis predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui. Muitas borboletas exibem os chamados anéis miméticos, com cores de alerta, que desestimulam o ataque dos predadores. OBSERVAÇÕES INFORMAIS DE COMPORTAMENTO DO PEIXECerta vez no rio do peixe, afluente do Araguaia, presenciei uma cena bem interessante com tucunarés azuis. Um pequeno cardume de 5-6 tucunarés azuis que estava na beira de um lago de águas claríssimas apresentou o seguinte comportamento, dois machos de aproximadamente 2,5 kg abriam as bocas , um de frente para o outro, encostavam os lábios e nadavam pra frente tentando deslocar o outro para trás, enquanto as fêmeas simplesmente observavam. Conclui que se tratava de uma demonstração para impressionar as fêmeas, pois o local tinha um tronco caído que fornecia um excelente depósito para os ovos, que aderem a superfícies. Tudo isso ocorreu a uma profundidade de no máximo 50 cm. Foi uma cena inesquecível, os peixes pareciam nem se importar comigo com água nas canelas, olhando tudinho a 1 metro de distância deles.Rubinho pescou até mesmo no período da cheia na Amazônia, com bons resultados na expedição. Consta que o melhor período para a pesca de tucunarés na região Amazônica é de setembro a janeiro, quando as águas estão baixas ou baixando. Os maiores tucunarés que peguei (entre 10 e 11 quilos) ferraram grandes iscas de superfície, como a Amazon Ripper; no ano passado, por incrível que pareça e seguindo uma recomendação de Rubinho para um empate reforçado com linha mais grossa, peguei um açu numa isca TAN TAN da Borboleta - uma coisica que nem diz capaz de pegar um peixão grande. Vale sempre dizer que iscas grandes atraem peixes grandes e, no caso dos açus, têm que ser reforçadas, pois, a não ser por muita sorte do pescador, a tendência é os peixes deixa-las como guarda-chuvas abertas ao contrário, visto a força daqueles marruás.A grande diferença entre o Bass e o Tucunaré mim está na "sede" com que o tucuna ataca a isca, enquanto o Bass é manhoso e muito mais difícil de ser estimulado ao ataque, além de ser mais delicado na batida. Quanto à briga, tamanho por tamanho, o tucunaré ganha longe.....
Equipamentos recomendados: Varas de ação média/rápida e rápida, variando de 5',3 a 6' - Carretilhas e molinetes que comportem no minimo 90 metros de linha de 30 a 50 libras multifilamento. Para quem deseja usar líder, o recomendado é de 50 a 60 libras. É muito comum que o Tucunaré ataque iscas de superfície, como Zaras, hélices e poppers, variando de 10 a 18 cm e iscas de meia água e sub-superfície, também variando de 10 a 18 cm. Colheres, Jigs e Jumping Jigs também tem surtido bons efeitos quando o peixe está manhoso, variando de 15 a 40 gramas.